O agronegócio brasileiro reagiu com veemência às declarações do presidente executivo do Carrefour, Alexandre Bompard, que questionou a qualidade da carne produzida pelo Mercosul.
Em nota conjunta, as principais entidades do setor e também da indústria de alimentos como: CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, ABIEC (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) e ABAG (Associação Brasileira do Agronegócio), manifestaram repúdio aos ataques e defenderam a excelência da produção nacional.
Rigorosos padrões
As entidades destacam que a produção de proteína animal no Brasil e nos demais países do bloco atende aos mais rigorosos padrões internacionais de qualidade e segurança alimentar.
"Periodicamente as empresas são auditadas e certificadas por centenas de missões sanitárias internacionais e por clientes que confirmam a segurança de alimentos do que vai para cada destino", afirma a nota.
Mercado francês
A decisão do Carrefour de não mais comprar carnes do Mercosul para suas lojas na França gerou grande repercussão no setor.
As entidades argumentam que a produção brasileira é responsável pela segurança alimentar de milhões de pessoas em todo o mundo e que as críticas do CEO da rede são infundadas.
"Se o CEO Global do Grupo Carrefour, Alexandre Bompard, entende que o Mercosul não é fornecedor à altura do mercado francês, as entidades abaixo assinadas consideram que, se não serve para abastecer o Carrefour no mercado francês, não serve para abastecer o Carrefour em nenhum outro país", diz a nota.
Confira abaixo a nota na íntegra:
NOTA DE REPÚDIO DO AGRONEGÓCIO DO BRASIL PARA O GRUPO CARREFOUR
Em resposta às alegações do CEO Global da rede de supermercados Carrefour, Alexandre Bompard, as entidades abaixo assinadas manifestam o repúdio aos ataques proferidos contra a produção agropecuária no Mercosul. A produção de proteína do bloco econômico sulamericano chega a todos os países do mundo, incluindo os mercados mais exigentes, entre eles as maiores economias mundiais, como Estados Unidos, União Europeia, Reino Unido, China e Japão.
Periodicamente as empresas são auditadas e certificadas por centenas de missões sanitárias internacionais e também por clientes que confirmam a segurança de alimentos do que vai para cada destino. Entre as certificações obtidas por empresas do Mercosul destacam-se as do BRC (British Retail Consortium), principal referência global em qualidade quando o assunto é produção de proteína.
O bloco é líder mundial em exportação de carne de frango e bovina e está entre os principais na suína. Foram necessárias décadas para que o Mercosul por inteiro avançasse em sua reputação internacional como produtor de carnes. Com responsabilidade, o setor na região foi o principal fornecedor para todos os mercados durante a maior crise global de saúde pública neste século, a pandemia do coronavírus em 2020 e 2021. Tudo isso demonstra a excelência da produção na região, num comprometimento que as entidades e associações que representam os 29 milhões de trabalhadores no agronegócio no Brasil reforçam dia a dia com a segurança alimentar e a qualidade do que chega aos consumidores em todo o mundo.
Portanto, se o CEO Global do Grupo Carrefour, Alexandre Bompard, entende que o Mercosul não é fornecedor à altura do mercado francês – que não é diferente do espanhol, belga, árabe, turco, italiano –, as entidades abaixo assinadas consideram que, se não serve para abastecer o Carrefour no mercado francês, não serve para abastecer o Carrefour em nenhum outro país.
Reafirmamos o compromisso do setor com a produção responsável, sustentável e com a segurança alimentar.
Brasília, 21 de novembro de 2024
ABIEC (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes)
ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal)
ABAG (Associação Brasileira do Agronegócio)
CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil)
SRB (Sociedade Rural Brasileira) FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo)
(Do Jornal O Tempo)
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