Daniel Machado
De Palmas (TO)
As exportações do Tocantins nos dois primeiros quadrimestres do ano totalizam US$ 1,81 bilhão (mais de R$ 10 bilhões) e alcançam o terceiro maior valor da história para o período. Contudo, em relação aos primeiros oito meses do ano passado há uma expressiva queda de 28%, com US$ 515 milhões a menos.
Os dados foram apurados e analisados pelo Norte Agropecuário no Comex Stat, plataforma oficial do Brasil sobre transações comerciais internacionais.
Dois fatores são os principais para a uma redução tão significativa: questões climáticas com falta de chuva no momento do plantio da soja - principal ativo agropecuário do Estado - e a queda significativa nos preços internacionais das commodities produzidas no Tocantins.
De soja, por exemplo, o Tocantins comercializou em 2024 2,8 milhões de toneladas por US$ 1,25 bilhão. A quantidade é 12% inferior ao registrado nos dois primeiros quadrimestres de 2023 e o valor, 26% inferior (US$ 449,4 milhões a menos). Além de comercializar menos soja, o fato do preço médio da tonelada exportada pelo Tocantins ter caído 17% (US$ 438 agora contra US$ 526 em 2023) contribuiu decisivamente para a redução dos valores.
O movimento financeiro com as vendas externas tocantinenses não se reflete em nível nacional, pois o Brasil teve no mesmo período uma pequena elevação nas exportações, que chegaram a US$ 227 bilhões, o maior valor para os primeiros oito meses do ano na história.
Números do milho retrocedem
Outro ativo agropecuário que vê seus números retrocederem em larga escala é o milho. O cereal em 2023 chegou a ser o segundo ativo agropecuário do Estado, ficando à frente em dinheiro até da carne bovina, mas agora está apenas na quarta posição, atrás até do ouro.
Nestes oito meses de 2024, o Tocantins vendeu para o exterior 241,8 mil toneladas do cereal por US$ 48,7 milhões. O volume é 71% menor que o comercializado de janeiro a agosto de 2023, enquanto o valor caiu 78%.
China segue disparada sendo a maior compradora, mas participação cai
Maior parceira comercial do Brasil e, disparada do Tocantins, a China segue sendo o alicerce das vendas externas do Estado. Em 2024, os chineses já adquiriram US$ 1,01 bilhão em produtos tocantinenses, o que representa 56% de todas as exportações. Contudo, os valores caíram de forma acentuada na comparação com os oito primeiros meses de 2023, quando as empresas e representantes do gigante asiático tinham comprado quase US$ 1,5 bilhão, o que representava 64% de todas as exportações do Estado.
A China é a maior compradora de soja e carne bovina tocantinense e disputa a primeira posição no milho.
Confira, abaixo, as exportações totais de janeiro a agosto por ano:
2023 - US$ 2.326.533.188
2022 - US$ 2.170.865.263
2020 - US$ 1.054.461.671
2019 - US$ 777.497.300
2018 - US$ 978.615.676
2017 - US$ 764.183.637
2016 - US$ 567.722.036
2015 - US$ 695.790.573
2014 - US$ 703.959.139
2013 - US$ 488.419.110
2012 - US$ 412.415.330
2011 - US$ 368.043.441
2010 - US$ 285.030.347
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