Instituições municipais, estaduais e federais se reuniram nesta segunda-feira (10), na sede da Emater/RS-Ascar, em Porto Alegre, para discutir esforços integrados de alinhamento estratégico em prol da recuperação ambiental e da capacidade agroprodutiva do Rio Grande do Sul. Durante o evento, as presidentes da Embrapa, Silvia Massruhá, e da Emater/RS, Mara Saafeld, compartilharam informações elaboradas pelas equipes técnicas das duas instituições para diagnóstico e promoção de iniciativas de curto, médio e longo prazo, envolvendo três etapas: ações solidárias, emergenciais e estruturantes, iniciadas em maio de 2024 até 2026.
A presidente da Emater destacou os esforços e o compromisso das equipes técnicas na elaboração do relatório diagnóstico elaborado pela instituição, publicado no dia 3 de junho. "Nós sabemos que desse diagnóstico saem políticas públicas de estado e nós temos que ter certeza do que estamos entregando", afirmou.
Ela também reforçou a necessidade do trabalho em conjunto pelas entidades em benefício do povo gaúcho, destacando ainda o uso de estratégias já consolidadas, principalmente para recuperação do solo. "O mais importante para o produtor é o solo. Sem o solo, não temos como trabalhar", completou.
A presidente da Embrapa, primeiramente, prestou solidariedade aos mais de 206 mil agricultores afetados. "Nosso papel como Empresa de Estado é atender a esses produtores rurais", afirmou. Silvia reforçou ainda a articulação, desde o início da crise, com os sete centros de pesquisa da Região Sul do País: Embrapa Clima Temperado (Pelotas), Embrapa Pecuária Sul (Bagé), Embrapa Trigo (Passo Fundo), Embrapa Uva e Vinho (Bento Gonçalves), Embrapa Suínos e Aves (Concórdia), Embrapa Florestas (Colombo), Embrapa Pecuária Sul (Bagé) e Embrapa Soja (Londrina), cujos chefes-gerais também estiveram presentes ao evento.
Na sequência, ela antecipou a iniciativa Recupera Rural RS, também denominada "Céu, Sol, Sul, Terra e Cor", que comporta uma série de ações para apoio à agropecuária gaúcha. Entre elas, mencionou a democratização do acesso à genética da Embrapa, a elaboração de zoneamentos de risco climático, a disponibilização do excedente da pesquisa e a realização de caravanas para transferência de tecnologias. "A ideia é trazer várias ações para que possamos trabalhar em conjunto. A união é que vai fazer a diferença", completou.
Por fim, além de destacar a importância da parceria com a assistência técnica e a extensão rural, a presidente socializou o incentivo que tem sido feito à colaboração entre as Unidades da Embrapa, fazendo referência às Plataformas Colaborativas que já estavam sendo trabalhadas para o desenvolvimento de tecnologias adaptadas à mudança climática, com foco também em prognóstico.
Apresentações técnicas
O diretor-técnico da Emater/RS, Claudinei Baldissera, apresentou os impactos causados pelas chuvas e cheias extremas na agricultura do estado, divulgados no boletim Evento Adverso publicado no início de junho, relativo ao período de 30 de abril a 4 de maio. O levantamento aponta mais de 206 mil empreendimentos afetados, nos 78 municípios em estado de calamidade pública e 340 em situação de emergência.
O levantamento ainda inclui mapeamento de danos em infraestrutura, impacto em abastecimento de água e perdas em produção primária, como grãos, fruticultura, olericultura, floricultura, pastagens, produção animal e produção leiteira e produção florestal. Além disso, o relatório apontou perdas de fertilidade e solos por erosão hídrica em 2,7 milhões de hectares, em 405 municípios. (Da Embrapa)
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