A presidente Silvia Massruhá participou ainda do painel “Transparência climática como pilar para investimentos sustentáveis”, no dia 18 de novembro. Fizeram também parte: Oswaldo Luís Leal de Moraes, diretor do Departamento para o Clima e Sustentabilidade do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI); Juliana Falcão, gerente de Energia e Clima da Confederação Nacional da Indústria (CNI); Érico Rocha, coordenador-geral de Mitigação do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA); Jean Ometto, coordenador da Plataforma Adapta Brasil do Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe) e vice coordenador científico da Rede Clima e Cláudia Ortiz, assessora global de Políticas Climáticas do programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
O painel teve como objetivo discutir os passos que já estão sendo dados em relação à construção da Estrutura de Transparência Aprimorada (ETF, sigla em inglês), prevista no Artigo 13 do Acordo de Paris. Uma das exigências nesse sentido é a entrega do primeiro Relatório Bienal de Transparência (BTR), de responsabilidade do MCTI, que estará pronto até dezembro deste ano e contará, pela primeira vez, com a revisão dos dados por especialistas internacionais.
A presidente falou sobre os principais desafios e oportunidades do setor agropecuário para garantir transparência nos dados de emissões e como isso pode impactar o acesso a investimentos sustentáveis. Ela destacou o importante papel da agricultura brasileira na mitigação da emissão de gases de efeito estufa.
Segundo Massruhá, a sustentabilidade da agricultura acompanha o seu fortalecimento ao longo das últimas cinco décadas, com a tropicalização de espécies de plantasse animais, que resultou no desenvolvimento de cultivares adaptadas aos diferentes biomas brasileiros. “Esse é um dos exemplos que comprova que a pesquisa sempre priorizou a sustentabilidade, o que não significa que não precisamos avançar”, ponderou.
Hoje, na visão da presidente, esse desafio é muito maior, uma vez que a agricultura é um sistema complexo que perpassa a produção de alimentos e abarca novos conceitos, como o de saúde única, por exemplo. “Uma das prioridades é trabalhar no desenvolvimento de indicadores e métricas para mensurar a sustentabilidade dos pontos de vista econômico, ambiental e social e garantir a transparência necessária”, frisou. Além disso, é fundamental destacar que todo o desenvolvimento da agricultura hoje precisa estar atrelado à mitigação dos riscos climáticos.
Ela ressaltou a importância do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), que reúne dados de mais de 25 anos de pesquisa, para apoiar a transparência do processo de produção. “Os dados obtidos pelo sistema, que apoia o crédito rural e o seguro rural, apontam uma economia para o País de mais de 70% na redução de perdas agrícolas”, disse.
A presidente destacou ainda que os novos dados do Terraclass, desenvolvido em parceria com o Inpe, mostram 1ue nos últimos dez anos, 94% da expansão agrícola se deu em áreas antropizadas.
“Outro dado relevante é que os sistemas ILPF permitem estocar 30 kg de carbono por árvore em um ano, quantidade superior à da monocultura, que é de 20 kg”, afirmou.
Por fim, Massruhá falou sobre a Ater digital, gerida em parceria com o Mapa e o MDA, entre outros parceiros, que tem como objetivo disponibilizar informações sobre as principais culturas alimentares para a toda sociedade, especialmente para o setor agropecuário.
O painel na íntegra pode ser assistido aqui. (Da Embrapa)
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